É normal estar sempre com frio?

A sensação de frio ou de calor varia de acordo com a pessoa, o seu sexo, idade, estilo de vida, alimentação e estado de saúde. Evidentemente, sentir frio num ambiente frio é uma reação normal do organismo, que mobiliza as suas capacidades termorreguladoras para resistir. Porém, para certas pessoas, a sensação de frio é constante, independentemente da temperatura, e incómoda. Há formas de evitar que isso aconteça, se conhecer a causa ou as causas da sensibilidade ao frio.

As causas fisiológicas da sensibilidade ao frio

A tiroide, chave da regulação térmica

A glândula tiroide, localizada na base do pescoço, desempenha um papel fundamental no metabolismo celular. Sintetiza as hormonas da tiroide que regulam um grande número de funções vitais do organismo, incluindo a regulação térmica. No caso de hipotiroidismo, a tiroide não produz hormonas suficientes, facto que pode provocar uma sensação constante de frio. Esta disfunção caracteriza-se pelo aumento de peso, fadiga, queda de cabelo e pele seca.

Além disso, a tiroide capta o iodo e integra-o nas suas células para sintetizar as hormonas da tiroide. As hormonas da tiroide regulam igualmente o metabolismo proteico, os hidratos de carbono e os lípidos do organismo.

Finalmente, a tiroide está sob o controlo da hipófise que liberta TSH («Thyroid Stimulating Hormone») para estimular a produção de hormonas da tiroide.

Dois oligoelementos sustentam o funcionamento normal da tiroide: o iodo participa na produção normal de hormonas da tiroide e o selénio ajuda a manter uma boa função da tiroide. 

A função das hormonas na sensibilidade ao frio

Embora as hormonas da tiroide tenham um papel fundamental na regulação da temperatura corporal, certas hormonas femininas podem também influenciar a perceção do frio. Na realidade, estas hormonas regulam os vasos sanguíneos periféricos, tornando as mulheres mais sensíveis às variações de temperatura. 

Que variações hormonais provoca a sensação de frio?

As hormonas podem flutuar por diversas razões, em especial, o ciclo menstrual, a gravidez e a menopausa nas mulheres. Por vezes, envolvem o aumento da sensação de frio. Por exemplo, durante a menopausa, a redução das hormonas estrogénicas provoca uma regulação incorreta da temperatura corporal, assim como afrontamentos e sensibilidade ao frio. Paralelamente, as perturbações hormonais como a síndrome pré-menstrual (SPM) ou a síndrome de ovários policísticos (SOPQ) podem igualmente promover a variação da temperatura corporal.

Além disso, é importante ter em conta que os desequilíbrios hormonais podem ocorrer em consequência de diversos fatores. Algumas hormonas, como a adrenalina e a noradrenalina, libertadas em situações de stress ou de medo, reduzem a circulação sanguínea na pele e nas extremidades.

Um estilo de vida estável, uma alimentação saudável e a eliminação de fontes de stress são as melhores formas de aliviar os sinais de alterações hormonais. Recomenda-se que se verifique junto de um profissional de saúde da utilidade de tomar vitaminas, incluindo a vitamina B9, que contribui para a formação normal do sangue.

Impacto da diabetes na sensibilidade corporal ao frio

A diabetes, que se caracteriza por uma hiperglicemia persistente, pode influenciar a temperatura corporal e a perceção do frio. Na realidade, as variações da glicemia, frequentes nos diabéticos, influencia a termorregulação do corpo.

Paralelamente, as temperaturas extremas, quentes ou frias, afetam a capacidade do organismo de produzir e utilizar a insulina, a hormona que regula os níveis de glicose no sangue.

O oligoelemento crómio contribui para a manutenção de uma glicemia normal e para o metabolismo dos macronutrientes, incluindo açúcares e gorduras.

Frio em todo o corpo: e se for défice de ferro?

A anemia é uma doença que se caracteriza por um défice de hemoglobina, uma proteína presente nos glóbulos vermelhos que transporta o oxigénio pelo corpo. Se o organismo tiver deficiência de hemoglobina, a distribuição de oxigénio para os músculos e tecidos é dificultada, sendo que este efeito pode ser reconhecido por vários sinais, entre os quais está a sensação de frio.

As necessidades das mulheres em matéria de ferro são mais altas. Segundo o estudo EPIFER, 23 % das mulheres com idade de procriar apresentam estas necessidades. As regras envolvem uma perda de peso que pode ser grande com base no volume das hemorragias menstruais. Durante a gravidez, o volume sanguíneo aumenta e o bebé recorre às reservas de ferro da mulher grávida. Normalmente, estas perdas são compensadas pela alimentação.

Vitamina B12 e sensação de frio: que relação?

A vitamina B12, igualmente designada por cobalamina, é uma vitamina fundamental para o correto funcionamento do organismo. Há vários sinais que indicam um défice, incluindo a sensação permanente de frio. Na realidade, a vitamina B12 participa na produção de glóbulos vermelhos, que transportam o oxigénio no sangue. Por conseguinte, o défice de vitamina B12 pode levar à redução do fornecimento de oxigénio às extremidades do corpo, dando origem à sensação de frio, designadamente, nas mãos e nos pés. 

De facto, a vitamina B12 é necessária para o ciclo de Krebs, o mestre do metabolismo energético, porque possibilita a libertação de energia nas células. A sua forma naturalmente inativa está nos alimentos: carne, peixe, ovos, levedura ou em conjunto com outras vitaminas em suplementos alimentares.

Sentir frio quando está calor: um sinal de fadiga?

É difícil para o organismo lutar em todas as frentes. A fadiga e os desequilíbrios associados reduzem a resistência ao frio e a capacidade de manter uma temperatura corporal adequada. Entre as causas habituais da fadiga estão a falta de sono, o stress, o défice de ferro e a dependência da cafeína ou do álcool. Estes fatores podem afetar diretamente o funcionamento do sistema nervoso e, consequentemente, as sensações corporais, incluindo a regulação da temperatura. 

Para recuperar a forma, opta-se pelos micronutrientes antifadiga como a vitamina C ou o grupo de vitaminas B, os oligoelementos como o selénio antioxidante, as plantas fortificantes como o ginseng que potencia o estado de alerta e a vitalidade.

Sono e regulação térmica: uma ligação subtil

O sono, como fase de descanso fundamental para o organismo, está relacionado de forma estreita com a regulação da temperatura corporal. Na realidade, segundo vários estudos, a falta de sono é uma das causas dos transtornos da termorregulação, à semelhança da fadiga crónica.

Durante a noite, o nosso corpo passa por vários ciclos de sono durante os quais a temperatura corporal varia. Em geral, desce ligeiramente durante o sono profundo para ajudar o adormecimento, e volta a subir durante a fase de vigília. As insónias ou a apneia do sono são uma das causas da descida inesperada da temperatura corporal. Um ambiente demasiado frio ou demasiado quente promove os despertares noturnos e impede um correto descanso, o que, por seu turno, provoca cansaço... que é uma causa reconhecida da sensibilidade ao frio!

Por isso, dormir bem é fundamental para superar a sensibilidade ao frio persistente. Se o problema estiver ligado ao adormecimento, a melatonina associada a plantas calmantes pode constituir aliado interessante.

Má circulação sanguínea e sensibilidade ao frio

A má circulação sanguínea pode provocar uma sensação de frio constante. O sangue que circula no organismo tem igualmente a função de distribuir o calor produzido pelo coração por todo o corpo.  Se houver perturbações na circulação sanguínea, o sangue não é distribuído corretamente e determinadas partes do corpo ficam naturalmente frias. Geralmente, as extremidades, como as mãos e os pés, são as mais afetadas. Há vários fatores que podem provocar uma má circulação: o sedentarismo, a idade, o excesso de peso, o tabagismo, a hereditariedade e as mudanças de temperatura.

Há várias soluções para melhorar a circulação sanguínea e reduzir dessa forma a sensação de frio. Entra elas estão a manutenção de uma atividade física regular, deixar de fumar, uma alimentação equilibrada e uma boa hidratação são fundamentais. A inclusão de pequenos peixes selvagens e óleos de 1.ª pressão para fornecimento de ácidos gordos é complementada por sinergias de plantas que suportam a circulação (castanha da Índia, videira vermelha, hamamélis). Além disso, podem ser considerados tratamentos locais para estimular a circulação, como massagens ou banhos quentes para os pés.

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